Análise de risco de queda de árvores urbanas tem se tornado no Brasil uma necessidade da gestão pública e privada.
O risco de queda está intimamente ligado ao que será atingido, uma vez que o maior risco é quando há a possibilidade de atingir alguém. A queda pode ser causada por diversos fatores, como: chuvas fortes e longas, podas irregulares, rajadas de vento, raiz instável [1].
Ultimamente a administração pública tem demonstrado uma preocupação maior com o risco em que uma árvore pode causar a um morador. Riscos que podem trazer transtornos desde danos estruturais até perdas humanas.
Atualmente discute-se muito a melhoria da gestão adequada do manejo das árvores urbanas. As concessionárias de energia elétrica tornam-se parceiras das prefeituras por ter a obrigação de garantir o fornecimento de energia à população. Empresas privadas também preocupam com as árvores internas nos seus espaços. Por questões de segurança, por questões do risco que seus colaboradores podem estar submetidos e para evitar danos materiais.
Analisar uma árvore requer uma série de critérios técnicos com a geração de protocolos. Para obtenção de uma boa avaliação deve ser realizada sob dois horizontes: 1) Avaliação do estado fitossanitário e 2) Avaliação do risco que a árvore oferece. É necessário que se defina o objetivo da análise e a metodologia. A metodologia é um detalhe muito importante, na maioria das casos uma boa metodologia favorece ao sucesso da análise. Nas análises são empregadas metodologias com uso de equipamentos ou não. Atualmente existem inúmeras técnicas de avaliação fitossanitária de um espécime arbóreo. As técnicas vão desde uma simples observação das árvores em que se constatam danos estruturais. Ou o uso de equipamentos que trazem informações mais detalhadas, como por exemplo: técnica de densitometria por raio X e a por investigação tomográfica. A densitometria por raio X fornece informações de pequenas porções de madeira, tornando-se, muitas vezes, necessário realizar mais medições em diferentes pontos das árvores para se conhecer a seção investigada. A tomografia de impulso, por meio de diferentes tipos de energia podem ser utilizados para fornecer informações sobre a madeira, como ondas de ultra-som, campo elétrico e ondas eletromagnéticas, raios Y e raios X, permite a reconstrução de seções transversais inteiras da árvore [2].
Tratando-se de gestão pública ou até mesmo privada dependendo do objetivo, do prazo, do custo e do número de espécimes a serem analisados provavelmente ficaria inviável ou impraticável a utilização desta técnica. Porém, em casos específicos para espécimes considerados importantes ou expressivos para a cidade torna-se interessante o uso de algum destes métodos. Outra técnica que normalmente é muito utilizada é a Diagnose Visual, compreende em analisar o espécime arbóreo (copa, tronco e raízes) diante de parâmetros avaliativos preestabelecidos sobre os aspectos observados individualmente em cada espécime. O monitoramento e as avaliações periódicas da arborização urbana são procedimentos necessários para averiguação das condições quali-quantitativas existentes e das necessidades de ações para viabilizar as funções e benefícios estéticos, ambientais, sociais e econômicos, diretos e indiretos [3]. Esta última é muito subjetiva, daí a necessidade de ter experiência, treinamento, conhecimento morfológico e histórico da espécie arbórea em análise.
Após conclusão da análise fitossanitária inicia-se a etapa de análise de risco que esta poderá inferir sob pessoas e aparelhos urbanos. Esta deve ser baseada em metodologia especifica que comprove as possíveis falhas (parte das árvores) que poderão ocorrer em função do alvo a ser atingido e da taxa de ocupação do espaço ao entorno da árvore em avaliação. Devem-se seguir alguns procedimentos com base na metodologia escolhida para chegar a um resultado satisfatório entre a análise de risco e estado fitossanitário. Podemos citar alguns protocolos básicos e resumidos para uma boa análise: a) definir pelo menos quatro alvos; b) descrever o problema da estrutura e a probabilidade de acontecer e o horizonte de tempo e taxa de ocupação; c) graduar os riscos (probabilidade da falha X probabilidade de atingir o alvo); d) graduar os riscos (probabilidade de falha e impacto X Consequências da falha). Existem outros métodos de avaliação do risco de queda de árvores que podem ser utilizados dependendo do objetivo e do resultado que se espera obter. Estas avaliações são consideradas sob as condições normais do tempo e do clima.
Contudo, uma avaliação fitossanitária e do risco de árvores sempre vai haver uma subjetividade, porém é possível diagnosticar problemas e tomar decisões mais assertivas quanto ao manejo da arborização urbana.
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[1]: SAMPAIO, A. C. F; DUARTE, F. G.; SILVA, E. G. C.; DE ANGELIS, B. L. D.; BLUN, C. T. Avaliação de árvores de risco na arborização de vias públicas de Nova Olímpia, Paraná, Revista da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, Piracicaba, v.5, n.2, p.82-104, 2010.
[2] NICOLOTTI, G.; SOCCO, L. V.; MARTINIS, R.; GODIO, A.; SAMBUELLI, L. Application and comparison of three tomographic tecniques for detection of decay in trees. Journal of Arboriculture 29(2): 66-78, 2003.
[3] MILANO, M. S.; NUNES, M. L.; SANTOS, L. A.; SARNOWSKI FILHO, D.; ROBAYO, J. A. M. Aspectos quali-quantitativos da arborização de ruas de Curitiba. In: Congresso Brasileiro sobre Arborização Urbana, 1., 1992, Vitória. Anais, Vitória: SBAU, 1992. 199-210p.
Autor: DINIZ, E.A.C. – aluno do programa de Pós-Graduação em Sustentabilidade e Tecnologia Ambiental do Instituto Federal de Minas Gerais – IFMG, Bacharel em Ecologia, Especialista em Gestão Empresarial na empresa Licenciar Consultoria Ambiental Ltda, janeiro de 2017.
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